Plantas Medicinais

As plantas medicinais estão reassumindo o seu importante papel no mundo inteiro como um valioso recurso de cura oferecido pela natureza, além de ser um tratamento a preço baixo.

Em sua forma mais completa, a fitoterapia abrange os princípios e as técnicas da botânica e da farmacologia.

É considerada um método natural, preventivo, regenerador e curativo.

Apesar de não produzir resultados imediatos nem funcionar em casos de emergência, tem ação duradoura e sem apresentar efeitos colaterais.

Embora poucas pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que toda a farmacologia tem como base exatamente os princípios ativos das plantas.

A farmacologia moderna não existiria sem a botânica, e a herança dos conhecimentos adquiridos através dos séculos usando as plantas.

Com o aparecimento da ciência, com seus instrumentos de análise, as plantas começaram a ser estudadas em sua composição química, para verificar que efeitos exercem sobre o organismo animal e humano.

Hoje, devido aos efeitos colaterais de boa parte dos medicamentos sintéticos, a medicina e a população estão retomando o uso das plantas.

 

Tudo o que é natural faz bem?

O uso de plantas para tratar doenças é tão antigo quanto a história da humanidade, mas saber usar cada tipo é fundamental para garantir que o remédio funcione.

Assim como algumas substâncias podem atuar positivamente no organismo, outras podem provocar sérios danos.

As plantas necessitam de recursos químicos para se defender, como alguns alcaloides, que por serem amargos e tóxicos, afastam os predadores, ou os óleos essenciais, que atraem aves para polinização, diz a farmacêutica Ivana Suffredini.

É importante saber a diferença entre plantas medicinais e fitoterápicos.

Os fitoterápicos, como todo medicamento, são remédios que passam por rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos.

Na hora de comprar fitoterápicos fique atento ao rótulo e veja se há o número do registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

Os chás e as folhas de antigo uso popular continuam sendo importantes e benéficos, porém é preciso respeitar algumas medidas de cautela.

Selecionamos algumas plantas aprovadas pela ciência com base no livro Ervas de A a Z.

As plantas, aliadas a terapias e mudança de hábitos de vida, entram na lista dos calmantes naturais.

Podem agir contra a depressão e a ansiedade, como uma alternativa ao uso de ansiolíticos e antidepressivos, que podem causar efeitos colaterais e até dependência.

Alguns especialistas indicam os fitoterápicos por agirem de forma semelhante às drogas sintéticas.

Quando as crises não são graves, os chás ajudam também, sendo que os princípios ativos se apresentam de forma mais branda.

Os chás não devem ser adoçados, com exceção dos xaropes.

Para utilizar uma erva medicinal, é necessário extrair dela sua força curativa ou princípio ativo, através da decocção, infusão, cataplasma, contusão, filtração, maceração, tintura, tisanas, torrefação, vinhos medicinais.

 

A decocção

É a fervura da substância, quando utilizados sementes, cereais e cascas.

 

A infusão

A substância é colocada numa vasilha, que depois recebe água fervente e é tampada.

Após descansar por certo tempo, coa-se a mistura.

O tempo de infusão varia de 10 a 15 minutos para flores e folhas e várias horas no caso de raízes.

 

Transtornos psíquicos

Estresse, agitação, depressão, ansiedade, irritação, insônia…

Algumas plantas ajudam a acalmar e relaxar sem causar depressão, e outras a tonificar sem provocar excitação.

 

Chá de melissa 

Nome científico: Melissa officinalis

Água de melissa pode ser adquirida em farmácias.

Também conhecida como erva cidreira, possui óleos essenciais que acalmam levemente e é um excelente tônico do sistema nervoso.

Seu chá tem grande utilidade nos casos de agitação nervosa, histeria, insônia, enxaqueca e dores de cabeça.

Benéfica nas digestões difíceis, falta de apetite, gases intestinais.

Pode ser encontrada também em cápsulas.

Pesquisas apontam o ácido rosmarínico, presente na planta, como promessa no tratamento de vítimas de acidente vascular cerebral.

Como usar:

10 gotas diluídas em uma xícara de água quente adoçada com mel.

 

Chá de passiflora

Nome científico: Passiflora incarnata

A planta é a flor do maracujá. Apesar da fama ter ficado com o fruto, ela age como apaziguador de problemas estomacais como úlceras e gastrite.

Sua atuação é direta nos receptores Gaba (ácido gama-aminobutírico), responsáveis pelo equilíbrio da agressividade e bom funcionamento do sistema cerebral.

Infusão:

Coloque uma colher de chá de folhas e flores de passiflora em um recipiente.

Adicione uma xícara de água fervente, tampe.

Deixe repousar 10 minutos, coe e tome em seguida.

 

Chá de camomila

Nome científico: Matricaria chamomilla

Seu efeito é calmante, combate a febre, vermes intestinais e prisão de ventre.

A infusão de suas folhas e flores são usadas em chás.

 

Chá de valeriana

Nome científico: Valeriana officinalis

Atua nos receptores de serotonina e melatonina, relacionados ao sono, cognição, relaxamento muscular, humor.

Infusão:

Em uma xícara de água fervente coloque um grama de pó de raiz de Valeriana.

Deixe 5 minutos em infusão, coe e beba em seguida.

 

Chá de sálvia

Nome científico: Salvia officinalis

Crise de distúrbios neuropsíquicos em geral ou depressão.

Como usar:

Deixe em infusão 30 gramas de sálvia em um litro de água fervente.

Após 20 minutos, coe e adoce com mel.

Tome três xícaras por dia.

 

Algumas das principais plantas medicinais e seus efeitos

Alfazema, agrião, alho, angélica, artemísia, alecrim, arnica, babosa, boldo, canela, carqueja, cebola, guaraná, chicória, cidrão, eucalipto, girassol, laranjeira, lúpulo, madressilva, melissa, mil-folhas, passiflora, primavera, sálvia, tília, valeriana, e várias outras ervas.

 

Agrião

Verdura de sabor ligeiramente amargo, é um excelente anti-inflamatório das vias respiratórias, muito indicado nas bronquites crônicas e contra a nicotina, deixando claro que nenhuma planta apaga os males do cigarro.

Nome científico: Nasturtium officinalis

Fins medicinais:

Diurético, melhora a digestão, anti-inflamatório, tratamento da tosse, acne e eczema.

Como usar:

A simples digestão do agrião já libera substâncias expectorantes que ajudam a limpar as vias respiratórias.

Pode ser usado em saladas, batido em sucos ou tomado em chás.

 

Chá:

Uma colher de sopa de folhas secas.

Uma xícara de água fervente.

Abafe e tome três vezes ao dia.

Cautela: por ser abortiva, a infusão de agrião não deve ser consumida por grávidas, por quem tem úlceras ou doenças renais inflamatórias.

 

Alho

Nome científico: Allium sativum

Pesquisas mostram seu potencial até anticancerígeno. Deve ser consumido cru.

– É fulminante contra o colesterol alto.

– Atua como expectorante e antisséptico.

– Aumenta a imunidade e alivia problemas respiratórios.

– Está lotado de vitaminas, como A, B1, B2 E C, além de minerais como enxofre e iodo.

Quando o interior do alho (o bulbo) é triturado, produz a alicina, substância que dá o cheiro característico do alho, o maior responsável pelos seus poderes contra bactérias e fungos.

Se for fazer uma cirurgia, não use alho nos dez dias anteriores, para que não haja hemorragias. Não serve para quem faz uso de anticoagulante.

 

Como usar:

Para controlar o colesterol e ajudar na expectoração de catarro.

Amasse uma colher de sopa de alho em meio copo de água.

Tome três colheres desse preparado duas vezes ao dia, antes das refeições.

 

Alecrim

Seu nome científico: Rosmarinus officinalis

Na Grécia antiga era usado para diversas utilidades, desde cosméticos a remédios, e até enfeite de coroas.

Fins medicinais:

Rico em óleos essenciais como limoneno e cânfora, que aliviam dores reumáticas e articulares, eficazes em compressas para aliviar batidas e hematomas.

Combate também enxaqueca, lapsos de memória e baixa imunidade.

Como usar:

Dilua uma colher de café de óleo essencial de alecrim em uma xícara de azeite de oliva.

Esfregue na região dolorida com suaves massagens.

Atenção: o óleo jamais deve ser engolido, e em altas doses é abortivo.

Não deve ser usado por epilépticos.

 

Arnica

Nome científico: Arnica montana

Fins medicinais:

Quem já não ouviu falar da pomada de arnica para machucados desde o tempo de nossas avós?

A fama da arnica vem de longe e já ganhou comprovação científica. Funciona como um santo remédio.

Uma substância chamada quercetina aumenta a resistência dos vasos e a irrigação sanguínea; por isso, o coágulo vai sendo removido, apagando a mancha roxa. Faz dupla com a inolina, um componente que alivia a dor.

Em forma de pomadas, também é usada para tratar problemas de pele, como a acne furuncolose. Ajuda a aliviar as dores reumáticas, tendinites e gotas.

Como usar:

A tintura pode ser feita com as folhas ou ser comprada pronta.

Não pode ser aplicada sobre feridas abertas.

Grávidas e mulheres que amamentam não podem usá-la, nem quem toma anticoagulantes.

 

Babosa

Nome científico: Aloe vera

A famosa Aloe vera, graças aos componentes aloeferon, que acelera a cicatrização, e antraquinona, que funciona como antisséptico. Ajuda no tratamento de inflamações do fígado e estômago, fraqueza geral, queimaduras. Acelera a cicatrização.

A babosa só deve ser ingerida em doses moderadas – parece ser uma planta tóxica.

Por suas propriedades, evita a queda de cabelo, combate a caspa, piolhos e lêndeas.

Como usar:

Esfregue folhas de babosa no couro cabeludo (ou use uma colher para retirar seu sumo gosmento), deixando agir durante meia hora ou mais.

Depois lave a cabeça normalmente ou somente enxágue com água.

 

 

Boldo do Chile

Nome científico: Peumus boldus

A boldina, principal componente da planta, estimula a secreção de bile, substância produzida pelo fígado que age na quebra das gorduras. Por isso, o boldo melhora a digestão e funções do fígado.

O boldo também age como anti-inflamatório, inibindo substâncias envolvidas no processo de inflamação.

Como tranquilizante em caso de insônia, proporcionando sono tranquilo.

O uso do boldo não deve ser frequente, apenas em casos de sintomas de mal-estar.

Não deve ser usada por grávidas e pessoas com distúrbios renais.

Como usar:

Para queimar gordura:

Não aquecer as folhas frescas, e sim bater com um copo de água ou picá-las.

Deixe em infusão por 5 minutos, coe e beba em seguida.

Uma xícara de água.

Uma colher de sobremesa de folhas picadas.

 

 

Canela

Nome científico: Cinnamomum verum

Fins medicinais: contra gases e má digestão. Estimula o trabalho do coração e eleva a pressão sanguínea.

Há mais de 4 mil anos, na China, era usada como remédio para problemas do estômago, cólicas menstruais e processos inflamatórios de gripes e resfriados.

O óleo essencial, rico em cinamaldeído, age contra vários micro-organismos e germes que atacam o couro cabeludo.

Como usar:

Ferva por cerca de 5 minutos um pau de canela em uma xícara de água, bebendo a seguir.

 

Carqueja

Nome científico: Baccharis genistelloides

Foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos.

Fins medicinais:

Seus óleos essenciais, como o carquejol, atuam sobre o fígado, aumentando a produção de bile.

Reduz as taxas de açúcar no sangue, tem propriedades antiulcerogênicas e anti-inflamatórias, o que ajuda no tratamento da artrite.

Seu uso deve ser de no máximo três semanas consecutivas.

Lotada de componentes amargos, favorece o trabalho do fígado e da digestão, especialmente em refeições pesadas, quando o alimento “cai como chumbo”.

 

Cebola

Nome científico: Allium cepa

Usada como chá, é desobstruente das vias respiratórias, antisséptica para a garganta, combate a gripe e funciona como expectorante.

Ingerida crua por alguns dias promove uma boa desintoxicação do organismo, combate o reumatismo e elimina o ácido úrico.

 

Erva-mate

 Nome científico: Illex paraguarienses

A infusão das folhas é estimulante, digestiva e diurética.

 

Gengibre

Nome científico: Zingiber officinalis

É excitante, combate a inapetência, cólicas pelo acúmulo de gases no estômago e intestinos.

O chá é um remédio excelente para as vias respiratórias, em tosses, bronquite, catarro, rouquidão, resfriados. Deixa a voz mais clara e agradável.

 

Ginseng

Nome científico: Panax jamaicensis, que significa “forma de homem”.

Famoso por suas propriedades rejuvenescedoras, tônicas e estimulantes.

Quanto mais velha a raiz, maiores os benefícios.

Existe em cápsulas, chás, pó e preparados em vinhos medicinais.

 

Guaraná

Nome científico: Paulinia sorbilis

É um poderoso revigorante dos que sofrem de fraqueza orgânica.

Combate as infecções microbianas que atacam os intestinos, cura diarreia e gases intestinais.

Funciona como preventivo dos males da velhice, combatendo a arteriosclerose.

Seu uso deve ser moderado.

 

Advertência:

Este texto não qualifica ninguém em fitoterapia.

A fitoterapia é uma ciência complexa e repleta de detalhes que só são conhecidos após estudos aprofundados.

Os casos mais graves devem ser tratado por um médico gabaritado.

A leitura das obras indicadas a seguir pode ajudar a complementar informações.

 

Referência: Medicina natural, Dr. Márcio Bontempo, e O guia completo das plantas medicinais: ervas de A a Z, David Hoffman.

 

Abraços,

Jane Fiorentino

 

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